As dez figuras do boiadeiro é uma conhecida representação Zen do treinamento da mente.
1. Procurando o touro
A inspiração para este primeiro passo, procurar o touro, é a sensação de que as coisas não são íntegras, de que alguma coisa está faltando. Este sentimento de perda produz dor. Você está procurando algo que faça a situação se endireitar. Você descobre que as tentativas do ego na direção de criar um ambiente ideal são insatisfatórias.
2. Descobrindo as pegadas
Ao compreender a origem desta dor, você descobre a possibilidade de transcende-la. Você vê que a dor resulta dos conflitos criados pelo ego, e descobre as pegadas do touro, que são suas pesadas marcas, e que tomam parte em todos os eventos os transformando em jogos. Você é inspirado por conclusões lógicas inabaláveis, não pela fé cega.
3. Encontrando o touro
Você fica pasmo ao perceber o touro e então, porque já não há mais nenhum mistério, você se pergunta se ele está realmente ali; você percebe sua qualidade insubstancial. Você perde a noção de um critério subjetivo. Quando você começa a aceitar esta percepção da não-dualidade, você relaxa, porque não precisa mais defender a existência de seu ego. Você pode dar-se ao luxo de ser aberto e generoso. Você começa a ver outras formas de lidar com seus projetos e isso em si é alegria.
4. Capturando o touro
Após ter o vislumbre do touro, você descobre que a generosidade e a disciplina não são suficientes para lidar com suas projeções, você ainda tem que transcender completamente a agressão. Você tem que reconhecer a precisão dos meios hábeis e a simplicidade de ver as coisas como elas são, o que está ligado com a compaixão plenamente desenvolvida. O subjugar da agressão não pode ser feito num panorama dualista – é preciso um desenvolvimento mais amplo da paciência e do vigor.
5.Domando o touro
Uma vez capturado o touro, atinge-se sua doma através da atenção meditativa panorâmica e do lancinante chicote do conhecimento transcendental e não se fixa a coisa alguma.
6.Montando no touro e indo para casa
Já não há mais nenhuma busca. O touro (a mente) finalmente obedece ao mestre e se torna energia criativa.
7.Transcendido o touro
Mesmo aquela alegria e cor torna-se irrelevante. A mandala de símbolos e energias se dissolve através da total ausência da idéia de experiência. Não há mais touro. A louca sabedoria torna-se cada vez mais evidente e você abandona completamente a ambição de manipular.
8. Transcendidos o touro e o eu
Esta é a ausência tanto do esforço quanto do não-esforço. É a imagem desnuda do princípio primordial do Ser.
9. Alcançando a fonte
Já que neste espaço a abertura e a total ausência de medo estão presentes, a brincadeira espontânea das sabedorias é um processo natural. A fonte da energia que não precisa ser buscada se manifesta; é como se você fosse rico em si e não como se fosse enriquecido por algum fator. Porque há tanto calor básico quanto espaço básico, a atividade de compaixão do Ser está viva e assim toda comunicação é criativa.
10. Em meio ao mundo
Esse é o estado completamente desperto de estar em meio ao mundo. Sua ação é como a lua refletindo em centenas de tigelas de água. A lua não mantém o desejo de refletir, mas esta é sua natureza. Trata-se de lidar com a terra e a derradeira simplicidade, trancendendo o seguir o exemplo de alguém. É o estado de "completo fiasco" ou "cachorro velho". Você destrói o que quer que precise ser destruído, subjuga o que quer que precise ser subjugado, e você se importa com o que quer que precise que você se importe.
Fonte: http://www.bodisatva.org/zen/
Obs: Eu retirei alguns termos budistas para facilitar o entendimento. O texto completo vc pode ver no site acima.
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