quinta-feira, 17 de julho de 2008

Que Pai é Esse...Tão Belo?

Mais um poeta da família que faz uma homenagem ao nosso querido pai que transcendeu o mundo dos homens e foi brincar com os passarinhos de Deus.
É o primogênito, o filho primeiro,meu irmão querido, que derrama suas lágrimas sobre o papel e mostra as emoções da saudade, das memórias guardadas a sete chaves e do amor a um Pai tão belo e simples como o canarinho da terra que ele amava tanto.
Obrigada irmão por compartilhar conosco seu cantinho da saudade.


MEMÓRIAS DO SAUDOSO BIDA

Por Zirnaldo Rocha


(1ª Parte)

(As lembranças são diferentes: elas partem do último ponto para trás, do presente para o passado... Nossas lembranças do Bida, como seus filhos, partem da sua morte para os começos, da última imagem que vimos dele, das lembranças saudosas até chegar às origens da história – da nossa história de filhos e do pai maravilhoso que tivemos)...





O MEU ADEUS À DISTÂNCIA, A ÚLTIMA PÁGINA:
“QUE PAI É ESSE... TÃO BELO?”


Ah! Bida você não me avisou que estava tão mal de saúde e que iria morrer...
Mas, eu o compreendo e o perdôo
– eu estava tão longe
e a sua voz tão fraquinha, não foi?

Meus olhos não pousaram em você pela última vez,
não pude abraçá-lo como filho mais velho,
não pude ouvir as suas últimas palavras,
Não pude dizer: ‘até logo pai’,
nem orar com o senhor,
nem pedir-lhe a bênção pela última vez
e ouvir você dizer – tão lindo:
“Deus te dê boa sorte, meu filho”!


Ah! Pai, como as lágrimas correram abundantes em meus olhos,
neste adeus à distância,
como o meu coração reclamou!
– Mas, eu estive aí depois,
visitei o seu quarto,
vi a sua foto comigo e alguns outros irmãos,
orei agradecendo a Deus por sua vida,
por sua dedicação a nós,
seus filhos, sempre amados e protegidos...





Ao final da minha oração ali no seu quarto,
a minha emoção foi tão linda...
Foi como se eu ouvisse o seu amém,
contemplasse o seu satisfeito sorriso,
e ouvisse a sua voz carregada de amor
ao abençoar-me, dizendo-me:
“Deus te dê boa sorte meu Filho”!

Ah! pai, como valeu a minha ida aí para vê-lo,
mesmo sem a sua presença física,
estar com você alguns momentinhos,
só nós dois,
e Deus abençoando o nosso encontro,
o nosso último diálogo
como pai e filho primeiro...

Adeus pai, até breve,
a sua lembrança estará sempre conosco,
a sua memória nunca se apagará do nosso coração...

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