sábado, 14 de novembro de 2009

O Paraíso Perdido e depois Achado




Sempre que nos referimos a jardim nossa tradição ocidental judaico-cristã nos remete, inconscientemente ,à idéia de paraíso. Não diz a Bíblia que Adão e Eva viviam no paraíso, num jardim florido e magnífico?

A palavra jardim é de origem hebraica (Gan eden) unindo 'gan' que significa proteger defender à palavra 'éden' cuja significação é deleite, encantamento, satisfação.









Quando imaginamos um jardim pessoal, vamos criar uma paisagem idealizada que nos comova e atinja todos os nossos sentidos.
Segundo Burle Marx ”Jardim é sinônimo de adequação ao meio ecológico para atender às exigências naturais das civilizações”.


Assim como em todas as manifestações artísticas existe uma influência da cultura de seu tempo, o estilo do jardim também recebe essa influência ao longo dos séculos. Cada época, cada cultura, cada povo tem o jardim que os representa.
Os jardins mais antigos de que se tem notícia foram os egípcios – há cerca de 4000 anos.
Eram influenciados pela crença deste povo em astrologia, ocupavam grandes espaços às margens do rio Nilo e tinham traçados geométricos. As plantas usadas eram, em sua maioria, úteis e frutíferas. Algumas tinham um significado simbólico, como o lótus e o papiro.








Os jardins egípcios influenciaram os gregos que, no entanto, não usavam formas geométricas devido à topografia da região.






Entre as Sete maravilhas do Mundo Antigo estão os jardins suspensos da Babilônia.

Palmeiras e roseiras eram cultivadas sobre o teto das casas, em terraços que possuíam vários patamares e um belo sistema de irrigação. A vegetação passa a ser útil pelo valor ornamental, sofrendo influência da civilização persa.





Os romanos também se esmeraram em seus jardins e usavam mosaicos, fontes e estátuas.







Com o advento da Idade Média o jardim passou a ser confinado nos mosteiros e castelos. Cultivava-se hortaliças, plantas medicinais, frutíferas e flores de corte para uso nos altares.







Constrastando com a sobriedade e linhas retas do jardim europeu da Idade Média, a China e o Japão criaram um estilo peculiar, recriando a natureza pura, usando plantas, areia, água, pedras para imitá-la. É um estilo de fundo espiritual, convite à meditação e à transcendência.



Com o fim da Idade Média surge o Renascimento , trazendo novas formas para todas as manifestações artísticas. O jardim também sofre essa influência: torna-se suntuoso, com plantas esculpidas em forma de esculturas. Ele vai assumir características próprias em cada país europeu da época.





Sucedendo ao estilo renascentista, o mundo recebe o Romantismo. ele traz para o jardim a busca pela reprodução da natureza: árvores, riachos, rochedos, ruínas, tudo de forma a reproduzir o ambiente natural.






Hoje, o jardim incorpora os estilos do passado com duas tendências que se opõem: a forma geométrica e o naturalismo.







Qualquer que seja o estilo escolhido, o importante é que seu jardim seja seu ”paraíso”. O lugar que represente para você um presente para os sentidos.

Meu paraíso...




Texto: Regina Motta
http://www.paisagismodigital.com.br/







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