sábado, 26 de fevereiro de 2011

Lila, o jogo divino

O universo desponta quando a consciência toma um corpo e uma forma, formas abstratas e formas materiais. Olhe para os milhões de formas de vida só neste planeta. No mar, na terra, no ar e como cada uma dessas formas se reproduz milhões de vezes. Com que propósito? Será que alguma coisa ou alguém está jogando um jogo com a forma?



É isso o que os antigos profetas da India se perguntavam. Viam o mundo como LILA, uma espécie de jogo divino jogado por Deus.  As formas de vida individuais não são obviamente muito importantes nesse jogo. No mar, a maioria das formas de vida não sobrevive por mais de alguns minutos depois de ter nascido. A forma humana também vira pó bem rapidamente e, quando ela se vai, é como se nunca tivesse existido. Isso é trágico ou cruel? Só se criarmos uma identidade separada para cada forma e esquecermos que a consciência de cada uma é a expressão da essência divina através da forma.



Se um peixe nasce no seu aquário e você lhe dá um nome de João, escreve uma certidão de nascimento, conta-lhe a história da família dele e, dois minutos depois, o vê sendo engolido por um outro peixe, isso é trágico. Mas só é trágico porque você projetou um eu interior separado onda não havia nenhum. Você se apoderou de uma fração de um processo dinâmico, uma dança molecular, e fez dela uma entidade separada.



A consciência assume formas tão complexas para se disfarçar que acaba se perdendo completamente nelas. Nos dias atuais, a consciência está totalmente identidificada com seu disfarce. Só se conhece como forma e assim vive com medo da destruição da sua forma física ou psicológica. Essa é a mente egóica, e é aqui que surge uma grave disfunção. Agora parece que alguma coisa deu errado em algum ponto ao longo da linha de evolução. Mas isso é parte da LILA, o jogo divino.





Por fim, a pressão do sofrimento criada por essa aparente disfunção obriga a consciência a se desidentificar da forma e a faz despertar do sonho. Ela recobra sua autopercepção, mas num nível muito mais profundo do que quando a perdeu.


Texto: Eckhart Tolle (O poder do Agora)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Horta Mandala

O termo Mandala vem do sânscrito que significa círculo. Tem todo um simbolismo que representa a temporalidade, a finitude e mudança e, ao mesmo tempo, a eternidade. É uma representação geométrica da dinâmica relação entre o homem e o cosmo.



No jardim, a horta mandala  é composta de canteiros concentricos que respeitam a agricultura ecológica. O princípio maior é copiar a natureza. Nela tudo é curvilíneo, arredondado e tudo é misturado. Essa coisa de canteiros retos de uma só espécie é criação do homem e sob o ponto de vista holístico, não deu certo.

                                                                    
                        


  Já a horta mandala economiza água, trabalha com a diversidade de plantas, aproveita melhor o espaço, usa apenas fertilizantes orgânicos e poupa o solo, além de ter uma estética bastante bonita e interessante.

A mistura de espécies tem um papel fundamental. Quanto maior a diversidade delas, maior o equilíbrio ambiental e menor o índice de pragas e a necessidade de intervenção.



Prá instalar  a mandala, primeiro fiz o desenho no papel e depois com ajuda de cordões, estacas e areia passei para o terreno. Faz-se o conteiro central e à partir deste, vamos marcando os outros.

 Após a marcação no terreno, começa-se o delineamento das unidades, que pode ser feita com garrafas pet, telhas, pedras, etc. Eu fiz o meu com toquinhos de eucalipto. 





Depois eu coloquei várias camadas de diversos materiais: embaixo, matéria orgânica fresca (folhas, restos de comida) prá ser decomposta com o passar do tempo, como um composto, mas só que já localizado no canteiro. Depois terra e esterco misturados , na proporção de 3:1 respectivamente e por último um mulch (cobertura morta) de aparas de grama.






Daí é só plantar, suar muito, ter muito amor, pedir aos deuses do clima clemência e saborear os frutos.





Por enquanto já plantei abóbora, milho, beringela, melancia, maxixe, almeirão, inhame, tomate, pimentão, pepino, coentro, alecrim, manjericão, hortelanzinho, erva cidreira, falso boldo, gengibre e algumas flores, que ninguém é de ferro.

Nos próximos capítulos dessa novela ecológica, mostrarei os frutos advindos dessa tarefa tão bendita, terapeutica, psico-física positiva e comestível desse primor que é a HORTA MANDALA.

Amém!


ClickComments