sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Carnaval na Bahia

Nem tinha terminado a folia de 2007 e o governo petista recém-empossado prometia um amplo debate sobre os rumos e dimensionamentos do Carnaval de Salvador, tido como a maior festa de rua do planeta. Afinal, são seis dias de fuzarca, com o total fechamento do umbigo da cidade, desde o Centro Histórico até Ondina, na orla atlântica.

- Ufa, enfim entra um governo com coragem e cacife popular para intervir um pouco nessa loucura desenfreada que se tornou o carnaval baiano, tão desigual, tão excludente.

Sonhamos.

O Carnaval 2010 está nas bocas e nada, absolutamente nada há de novo. Nenhum debate, nem uma proposta nova, nada!

A indústria dos grandes trios/blocos/estrelas manda na folia, faz o que é do seu interesse. Os camarotes são cada ano mais numerosos e chiques, para alguns. O povão corre atrás para conseguir liberar uma guia, pagando caro, e trabalhar no sufoco, no apertucho, fugindo da cana, dos ladrões, dos fiscais e dos ‘malucos’ na tentativa de ganhar o pão dormindo na rua. As agremiações populares vivem esmolando ‘apoios’ pra sair na avenida ... Ué, ‘tudo como dantes no quartel de Abrantes’, como diz o outro.





A velha Salvador já está emparedada.



Não existe mais decoração de carnaval nas ruas da cidade. Também não é mais possível se ver as belezuras de sua história, mesmo com os hotéis cheios de turistas: o casario do Pelô, algumas igrejas com suas torres majestosas, praças, monumentos, praias, Farol da Barra, Cristo... nada! Tudo tapumado.



As chamadas estruturas do carnaval já ocuparam os espaços, tapam a visão, pois o importante é proteger o verde com placas de compensados imundos, os mesmos do ano que passou, fincar ferros, plantar palcos, camarotes, postos de saúde e segurança ao longo do percurso, espaço para a mídia, os chiques... e corredores da morte para o povão espremido nas calçadas esburacadas, obstruídas... até os meados de março, abril... quando acontece a desmontagem. Vale a pena isso?

Cria-se uma estrutura portátil urbana horrorosa, agressiva, estúpida, dentro da cidade.

Fecham-se ruas, bairros inteiros. E os moradores que se lenhem, se piquem, caso não suportem o sufoco, o confinamento, a barulheira, a invasão de hordas de bárbaros, ou foliões, depende do ponto de vista.

É justo? Justificável... para que meia dúzia encham as burras de dinheiro?

E não me venham com esse papo de ‘herança maldita’.



Não foi o ‘carlismo’ que inventou o axé, o pagode, a indústria dos grandes blocos, os camarotes, a segregação, os ‘cordeiros’, o fogareiro de queijo coalho, o isopor na cabeça, a catação de latinhas, o abadá de mil reais, o venha cá, os privilégios ...

Bem como também não foi o tal ‘carlismo’ que inventou o Trio Elétrico ( 60 anos de Trio), os caretas, as mortalhas, os blocos Afro, a Mudança do Garcia, a diversidade, a tecnologia do som e das transmissões ao vivo para o mundo...




Tudo isso é parte da evolução, da dialética cultural e histórica do povo, das novas descobertas, da expansão do turismo, das leis do mercado, da ação dos ‘negociantes’, da omissão ou adesão dos poderosos de plantão... As mudanças sociais são mais complexas do que imaginam as mentes dos militantes da política eleitoreira.

‘A Bahia vai bem’? ‘E a Bahia de Todos nós’? Quem está no andor?









O modelito do carnaval baiano explodiu, saturou-se. Fazemos o carnaval hoje como se fossem os anos 70, 80.
Só que os trios de hoje são monstros que não cabem mais nos corredores da avenida Sete. Imensos, não conseguem mais subir a Praça Castro Alves, não tem como fazer as manobras em esquinas do século XVIII e XIX.







O casario antigo, bem como estruturas como as do Farol da Barra e alguns prédios, lá e cá, já não suportam os cento e tantos decibéis de barulho; tremem, racham. Nossos surrados ouvidos e caixa de ressonância cerebral também.







O carnaval de Salvador dos anos dois mil são vários carnavais.

O circuito mais antigo, do Pelô, continua familiar. Apesar dos tambores que parecem querer derrubar os casarões coloniais, os palanques ocultando suas belas fachadas.



Um absurdo.

É necessário controle, fiscalização, ordenamento, proibições para que o espaço continue das crianças, dos mais velhos, dos que gostam de máscaras, fantasias, bom papo, encontros, menos agonia, mais contemplação. O Centro Histórico exige isso.





O circuito Campo Grande-Praça Castro Alves-Carlos Gomes devia ser apenas para os foliões-pipoca, os blocos afro, os afoxés, as batucadas de rua, a Mudança do Garcia, a brincadeira, a molecagem sadia, os caretas, as fantasias, as bandas alternativas, o samba-de-roda, as manifestações folclóricas, os grupos do Interior, a capoeira, os protestos, a liberdade de brincar, de criar, sem horários, sem tempo, o tempo todo, o espaço livre do povo...




Carros de som, só os pequenos, mini-trios, fobicas, corsos, batuqueiros...

A avenida do povão. Que tal?


O circuito Barra-Ondina, espaço ganho na tora pelos grandes trios, é o circuito dos grandes blocos e entidades, dos camarotes... dos mais abastados que chegam até de helicóptero e bebem champã, comem caviar, pagam por boates privadas com som tecno-pop, se esbaldam e se exibem distante do bodum da massa...

É outro mundo!

Lá embaixo o povão se esmigalha para ver o artista global. E, nos super-trios, as estrelas cantam e dançam para as câmaras de tevê e para os sites e blogs dos sete cantos do planeta, vendendo o peixe caro, um luxo só. Beautiful!



É isso que querem, tudo bem.



Mas, pergunto: Logo nos bairros que são morada de milhares de famílias, muitas delas avessas à folia, incomodadas, sitiadas, expulsas de suas casas e apartamentos? Por quê?

Já passou da hora de se criar um espaço próprio para o desfile dos grandes trios e blocos e os correspondentes camarotes dos endinheirados.

Uma carnavalódromo, já! Não falta espaço, né, João?

Vamos conversar? Mas cadê a coragem, diante das urnas, de olho nos votos?

Cobro, insisto na discussão do tema. O interesse público (da maioria) acima dos olhos gananciosos de sempre.

Não se trata de travar a evolução das coisas, mas de apontar saídas, antes que tudo exploda, acabe, por falta de espaço, imaginação, por saturação, mesmice, atraso.

Recife, Olinda, o próprio Rio de Janeiro estão buscando alternativas, renovando, reabrindo espaços para as manifestações populares espontâneas e livres.


“... reponha a grama do Farol! Não é justo que, em nome da festa, palanques, camarotes, edificações da qualquer natureza danifiquem os espaços públicos!”





E , mais adiante: “...É imperioso incentivar as bandas e orquestras com seus sonoros metais em Salvador, no justo momento em que renascem vigorosas no Carnaval carioca e continuam brilhando em Recife”.

Nunca é demais lembrar que foi uma banda dos Vassourinhas de Pernambuco, nas ruas de Salvador antes do carnaval de 1950, que motivou os fantásticos músicos e criadores Dodô e Osmar a inventar o Trio Elétrico.

Termino ainda com uma sugesta da melhor, do grande Waltinho Queiroz, para ser adotada já, quem sabe neste carnaval 2010 que se aproxima. O povo acata e realiza:

“...Pleiteio há quatro anos um poético espaço alternativo (para o carnaval). Um oásis acústico no Rio Vermelho, bairro de notória vocação boêmia, para manter acesa a chama dos eternos carnavais, e o Para o Ano Sai Milhó viria conosco! Espaço inovador e de alto astral, onde foliões de todas as idades possam
 brincar em paz! ...”




Enfim, o Rio vermelho seria um ponto de encontro, de relax, de reposição de energias, de escape, de namoro. Sem trios, sem som às alturas, num outro ritmo, um lugar para se dar as mãos, olhar o mar, comer um acarajé... Dar um tempo pro bem querer.


 
 
Texto: Zé de Jesus Barreto
Fonte: http://www.nublog.com.br/index.php

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Tente, Invente, Faça a Vida Diferente


O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos.   




Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma

mobília, sem portas ou janelas, sem relógio... você começará a perder a

noção do tempo.



Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as

reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos

de sono, fome, sede e pressão sanguínea.



Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do

movimento

dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos

cíclicos,

como o nascer e o pôr do sol.



Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar:



Nosso cérebro é extremamente otimizado.



Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho.



Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia.






Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar

conscientemente tal quantidade.



Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece

no

índice de eventos do dia e portanto, quando você vive uma experiência

pela

primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está

acontecendo.





É quando você se sente mais vivo.



Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente

colocando suas reações no modo automático e 'apagando' as experiências

duplicadas.

Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece

que o

tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada

vez mais rapidamente..



Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado,

nossa

atenção parece ser requisitada ao máximo.




Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo  

os

sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo.



Como acontece?

Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê

com

os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe qual

marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa ,

no

lugar de repetir realmente a experiência).



Ou seja, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente.

Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa são

apagados de sua noção de passagem do tempo.



Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a

experiência repetida.




Conforme envelhecemos as coisas começam a se repetir - as mesmas ruas,

pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações, -...

enfim... as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar

de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de

novidades), vão diminuindo.



Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de

novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década.



Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a...



ROTINA





A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria

das

pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo

um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.



Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M & M (Mude e

Marque).




Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou

registros com fotos.



Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire férias

sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e frio no

seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas.



Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas de

aniversário

para eles, e para você (marcando o evento e diferenciando o dia).



Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de

momentos usuais.




Faça festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso ou daquilo,

bota-foras, participe do aniversário de formatura de sua turma, visite

parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor do

cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no

Natal,

vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo.



Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça

diferente.



Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes.



Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências

diferentes.



Seja diferente.



Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com

seu


marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja outras

culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos..... em

outras palavras...... V-I-V-A.. !!!



Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer

mais

longo.



E se tiver a sorte de estar casado(a) com alguém disposto(a) a viver e

buscar coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais

interessante e muito mais v-i-v-o... do que a maioria dos livros da vida

que existem por aí.



Cerque-se de amigos.



Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes, com

religiões

diferentes e que gostam de comidas diferentes.



Enfim, acho que você já entendeu o recado, não é?



Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade,

emoção, rituais e vida. th


E S CR EVA em                                       

tAmaNhos diFeRenTes e em CorES

di f E rEn tEs !

CRIE, RECORTE, PINTE, RASGUE, MOLHE, DOBRE, PICOTE, INVENTE,

REINVENTE....







V I V A !!!!!!!!
 
 
 
 
Texto:   Por Airton Luiz Mendonça


(Artigo do jornal O Estado de São Paulo)

sábado, 9 de janeiro de 2010

Free Form Crochet: Um oceano de possibilidades



Eu sou do tipo rebelde que não gosta de "amarras", limites, regras. Foi assim desde os tempos de adolescente, quando quis quebrar as convenções sociais. No crochê não é diferente. Eu faço muita coisa por receita, mas quando descobri a técnica do "crochê espontâneo" (freeform crochet) , cheguei ao paraíso das linhas e lãs.







Nessa técnica vc vai prá qualquer direção, qualquer textura, qualquer ponto, qualquer cor ou grupo de cores, enfim... liberdade total!  É só ir  imendando essas partes para formar o todo.













Esse casaco é um modesto exemplo desse vôo das agulhas, linhas e lãs.  E prá que houvesse uma unicidade nesse "caos" , optei por um barrado rosa em ponto alto simples por toda as bordas, gola, punho e recortes , sempre acompanhando o modelo original, que me serviu de molde. 










Adoro texturas, relevos, saliências e
reentrâncias, daí a opção pelas
pipocas saltitantes, os bordados avulsos em linha brilhosa, só prá dar um toque a mais no conjunto.



                      





Nessa área, eu costurei por cima do ponto de fundo, flores e frutos, e por cima destes, botões coloridos, acrescentando mais pimenta a esse jardim colorido.








Observe, que além do crochê, eu usei também pontos de tricô, afirmando aquela premissa inicial de total liberdade.








Além de ser uma peça única, é bem aconchegante e lhe deixa bem agasalhada, principalmente aqui no hemisfério norte onde o frio está castigando, com temperaturas bem abaixo de zero grau.







Veja outro exemplo dessa técnica, agora num suéter azul e verde. Tendo as costas e mangas feitas no ponto rede e com uma cor só, apenas alguns detalhes nas mangas prá dar unicidade a peça.










Vários tipos de lãs e linhas, inclusive aquelas tipo "fur", prá dar mais alegria e descontração.
Os pontos, os mais variados, desde os mais simples até os mais complexos, como o "fuxico" em espiral.








Estou apenas começando nesse
oceano imenso de possibilidades, e espero aprimorar cada vez mais em outras tentativas.









Veja outros trabalhos: http://www.knotjustknitting.com/

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

A Casa dos Mil Espelhos

Há algum tempo atrás existia, numa distante e pequena vila na China, um lugar conhecido como A Casa dos Mil Espelhos.






Certo dia, um pequeno e feliz cão soube deste lugar e decidiu visitar.

Quando lá chegou, saltou feliz escada acima, até a entrada da casa. Olhou através da porta de entrada com suas orelhas bem levantadas, abanando a sua cauda, tão rapidamente quanto podia. Para sua grande surpresa, deparou-se com outros mil pequenos e felizes cães, todos a abanarem as suas caudas, tão rapidamente quanto a dele.




Nesse momento, deu um enorme sorriso e foi correspondido com mil sorrisos enormes. Quando saiu da casa pensou: 'Que lugar maravilhoso! Voltarei sempre, um milhão de vezes'.

Na mesma vila havia outro pequeno cão, não tão feliz quanto o primeiro, que decidiu também visitar a casa.

Subiu lentamente as escadas e espreitou através da porta.

Quando viu mil cães a olhá-lo fixamente, rosnou e mostrou os dentes, e ficou assustado ao ver mil cães a rosnar-lhe e a mostrar-lhe os dentes.

Saiu a correr e pensou: "Que lugar horrível, nunca mais volto aqui!"


 






Todos os rostos no mundo são espelhos.








 
 
Fonte: http://viadalibertacao.blogspot.com/

sábado, 2 de janeiro de 2010

Medicina Chinesa

Há mais de cinco mil anos (3.000 anos de registros escritos e mais de 2.000 com achados arqueológicos) os chineses utilizam a acupuntura como meio para a cura e tratamento de diversos males. A técnica consiste em encontrar a harmonia do corpo e da mente através de canais, conhecidos como “meridianos de energia”, que percorrem todo o corpo. O tratamento é feito através da inserção de finíssimas agulhas em determinados pontos dos canais, que são chamados de “pontos da acupuntura”. A estimulação desses pontos permite a ativação ou sedação da energia que circula ao longo desse meridiano. Durante muito tempo a acupuntura foi vista com desconfiança por pacientes e médicos adeptos da medicina ocidental. Hoje em dia a situação é bem diferente. Cada vez mais pessoas procuram a acupuntura para tratar os mais variados problemas. E os médicos, antes receosos, hoje indicam a acupuntura como complemento no tratamento de diversas doenças. A mudança de comportamento se deve aos resultados positivos que comprovam a eficácia da técnica chinesa na cura e tratamento de diversas enfermidades.




É claro que o sucesso no tratamento depende de vários fatores, entre eles a escolha de um profissional de credibilidade e que esteja apto a praticar a acupuntura. Geralmente associado a uma instituição de referência.

Por estar passando por um momento de  estresse devido a doença na família, procurei um profissional dessa área para amainar  os efeitos nocivos decorrentes dessa situação. Foi me indicada uma acupunturista chinesa, com bastante experiência. Logo na primeira visita, o alto astral dela e a segurança que demonstrava foi o suficiente para estabelecer uma confiança e me entregar a essas mãos delicadas e, acredito que,  milagrosas.


Como funciona ?



Mas como pode uma agulha inserida em alguma parte específica do corpo curar uma dor de cabeça, uma dor nas costas ou até mesmo um transtorno psíquico? Na prática, a acupuntura funciona assim: são colocadas finíssimas agulhas em determinados pontos do corpo, que ativam no cérebro a produção de substâncias que atuam como analgésicas, antiinflamatórias e antidepressivas – como a endorfina, o cortisol e a serotonina, respectivamente. Ao entrar na pele, a agulha provoca uma microinflamação, que aciona a produção natural dessas substâncias. Desta forma, a resposta do organismo é mais rápida, diminuindo de vez a intensidade dos sintomas. Muitas vezes, fazendo-os até desaparecer.


Como entender a acupuntura ?


Os princípios da acupuntura se baseiam na energia vital, Qi (pronuncia-se “chi”), que está distribuída pelo corpo, e seus aspectos antagônicos: o negativo Yin e o positivo Yang. Os chineses crêem que qualquer pequeno desequilíbrio que ocorra nessas forças provocaria distúrbios físicos e psicológicos. Com a introdução das agulhas em pontos específicos do corpo, a harmonia é restabelecida, dando fim às doenças. É uma concepção um pouco mística, mas os resultados são tão palpáveis que a acupuntura, hoje, é reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira.


A acupuntura e a medicina ocidental



Durante muito tempo os pacientes só procuravam um acupunturista após tentar diversos tratamentos da medicina tradicional sem sucesso. Hoje em dia é cada vez maior o número de pessoas que procuram a acupuntura como prevenção, para resgatar o equilibro do organismo, evitando assim o aparecimento de doenças. No Brasil a acupuntura é reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina e por outros conselhos da área médica desde 1995. Pesquisas baseadas nos resultados positivos dos tratamentos fizeram aumentar ainda mais a credibilidade da acupuntura por parte da medicina tradicional. Seu reconhecimento faz com que hoje em dia médicos indiquem a acupuntura como tratamento alternativo e complementar de diversas doenças. A utilização dos recursos comprovadamente eficazes da medicina tradicional chinesa contribui, e muito, para o bem estar e melhoria da qualidade de vida das pessoas em todo o mundo.


Doenças tratadas

A acupuntura pode atuar com sucesso em diversos tratamentos, seja como terapia complementar ou como tratamento principal. A lista a seguir, divulgada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) pretende facilitar os usuários através dos nomes da medicina convencional, embora os problemas precisam ser diagnosticados dentro da visão da medicina chinesa para receber melhor sua abordagem de tratamento:


Vias Aéreas Superiores: rinite e sinusite, faringite e amigdalite agudas e crônicas sobretudo de natureza alérgica.

Sistema Respiratório: bronquite aguda e asma brônquica.

Perturbações oculares e da boca: conjuntivites, dor de dentes, gengivites



Distúrbios funcionais gastrointestinais e ginecológicos: espasmos do esôfago, soluços, náuseas e vômitos, gastrites agudas e crônicas, diarréias crônica e constipação, colites inespecíficas, cólon irritável, tensão pré-menstrual e cólicas menstruais.



Distúrbios funcionais neurológicos: cefaléia tensionais, enxaquecas, nevralgia do trigêmeo, paresias subsequente de isquemias cerebrais, paralisias faciais na fase inicial, neuropatias periféricas com deficit motor ou alterações sensitivas, doenças de Méniere, vertigem e zumbido por labirintopatia, enurese noturna na infância e incontinência.



Distúrbios musculares, tendinosos, articulares e esqueléticos: sindrome cervicobraquialgias, torcicolo, processos leves de traumas como contusão e entorses, algias do ombro, cotovelo e punho, dores lombares de origem muscular, dores ciáticas, dores coxo-femural e do joelho, tornozelo e dos pés, alívio de processos de osteoartrites de origem reumáticas e processos dolorosos do osteoartrose em geral, lesões inflamatórias resultados do trauma ou esforços repetitivos, fibromialgia, dores pós operatórias e reabilitação pós imobilização.



Dependência Química: A acupuntura é muito eficiente no tratamento da dependência química. O resultado depende de cada caso, cada paciente. Mas em média é possível em três sessões semanais, durante o período de três meses, desintoxicar a pessoa e deixá-la em abstinência das drogas. O tratamento é confirmado por estudos e pesquisas científicas internacionais e atinge um índice de 80% de cura.


DÚVIDAS FREQUENTES



QUANDO COMEÇAR O TRATAMENTO?

De preferência logo no início dos sintomas. Quanto mais recente o problema, maior e mais rápida a possibilidade de resolvê-lo exclusivamente com acupuntura. O lado preventivo da acupuntura é a sua parte nobre e consiste na possibilidade de impedir que a doença se manifeste em sua plenitude.



PODE-SE MISTURAR OUTROS TRATAMENTOS COM A ACUPUNTURA ?

Sim. Não é proibido associar a acupuntura a outros tratamentos. Psicoterapia, fisioterapia, homeopatia, tratamento alopático e muitos outros, geralmente tais tratamentos são beneficiados pela associação com a acupuntura, ocorrendo desde a aceleração e a facilitação de processos terapêuticos até a redução das doses dos remédios utilizados.



QUAIS OS EFEITOS COLATERAIS DA ACUPUNTURA ?

Alguns pacientes podem se sentir relaxados demais após a sessão. Em certos casos pode ocorrer a piora inicial dos sintomas, que geralmente é seguida pela melhoria da condição do paciente. Pontos muito sensíveis podem se tornar doloridos se manipulados em excesso, porém o endolorimento resultante tende a melhorar com o passar do tempo.



ACUPUNTURA PODE TRANSMITIR DOENÇAS?

Não, porque todas as agulhas utilizadas devem ser individuais, estéreis e descartáveis, o que torna seguro o tratamento.



COMO É UMA SESSÃO DE ACUPUNTURA?

Na primeira consulta busca-se estabelecer o diagnóstico da disfunção energética do paciente, dentro da visão oriental dos problemas de saúde. Os pontos são selecionados de acordo com um diagnóstico. Após a limpeza da pele com álcool à 70%, as agulhas descartáveis são inseridas (e deixadas no local), sendo retiradas depois de um período que pode variar de 15 minutos a 1 hora.



AS AGULHAS FICAM NA PELE APÓS A SESSÃO?

No caso da auriculoterapia sim, as agulhas permanecem por até cinco dias na orelha e são cobertas com micropore (fita adesiva não alérgica). Já as agulhas sistêmicas (corporais) são retiradas logo após as sessões.



EM QUE PRINCÍPIOS SE BASEIA A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA?



De acordo com a medicina chinesa, o tratamento através da acupuntura visa à normalização dos órgãos doentes. Segundo a teoria da Acupuntura, todas as estruturas do organismo se encontram originalmente em equilíbrio pela atuação das energias Yin (negativas) e Yang (positivas). Por exemplo: pelo princípio de Yin e Yang pode-se explicar os fenômenos que ocorrem nos órgãos através dos conceitos de superficial e profundo, de excesso de deficiência, de calor e frio. Desse modo, se as energias Yin e Yang estiverem em perfeita harmonia, o organismo, certamente, estará com saúde. Por outro lado, um desequilíbrio gerará a doença. A arte da Acupuntura visa, através de sua técnica e procedimentos, estimular os pontos reflexos que tenham a propriedade de restabelecer o equilíbrio, alcançando-se, assim, resultados terapêuticos.

Associada à acumputura, estou usando também a Moxa prá melhorar a distribuição da energia vital e mante-la mais nos membros inferiores, indicada para pessoas que já atingiram a menopausa.

O que é Moxa?

A Moxabustão, ou moxa, vem da palavra japonesa “mokusa”, que significa "erva queimada". Foi registada pela primeira vez em textos médicos durante a Dinastia Song (960 d.C.), mas provavelmente foi usada por muito mais tempo.


É uma terapia importante na Medicina Tradicional Chinesa; os textos antigos diziam que a moxa deveria ser usada se a acupuntura e as ervas não funcionassem na cura da doença.

O calor da Moxabustão é extremamente penetrante, tornando-a eficaz quando há menos circulação, condições frias e húmidas, além de deficiência do yang. Quando aplicada aos pontos de acupuntura específicos à deficiência de yang, o corpo absorve o calor o máximo possível, recuperando o Qi do yang do corpo e o "fogo ministerial", a fonte de todo o calor e energia do corpo.


A moxa é preparada a partir da artemísia (Artemisia vulgaris), uma erva perene comum. As folhas aromáticas são secas e peneiradas várias vezes até que fiquem macias.

Existem duas técnicas de aquecimento para a aplicação da Moxabustão: a moxa indirecta e a moxa directa.


Moxa indirecta

Na moxa indirecta, a "lã da moxa" é enrolada em forma de um longo cigarro e embrulhada em papel. A moxa é, então, acesa e mantida cerca de 2,5cm de distância da área desejada - um ponto de acupuntura ou outra área do corpo escolhida pelo profissional. A moxa indirecta pode ser usada nos pontos de acupuntura para se ter um efeito sistémico, ou no corpo todo, ou pode ser utilizada directamente no local do problema.







Por exemplo, a moxa indirecta pode ser aplicada a uma região inchada e dolorida, como uma articulação com artrite. Também é apropriado aplicar calor indirecto em pontos de acupuntura específicos, como o zusanli (estômago 36) ou mingmen (duodeno 4), para criar um efeito sistémico. O calor colocado nesses pontos aumenta o metabolismo e a imunidade do corpo, de modo que a Moxabustão, nesses pontos, também pode ser usada como um cuidado preventivo.

Um texto antigo afirma que "a pessoa que aplica a moxa diariamente ao zusanli (estômago 36) estará livre de uma centena de doenças".

A aplicação de moxa ao estômago 36 possui um efeito energizante no corpo, especialmente em relação às funções digestivas e imunológicas. O seu uso, na medicina chinesa, é indicado às vezes para o tratamento de debilidades em geral, anemia, indigestão, náusea, fadiga crónica, choque, alergias, e asma. Pesquisas modernas confirmaram que o sistema imunológico é estimulado quando o ponto recebe a moxa.


Foi indicada prá mim, uma aplicação diária de moxa na região do tornozelo e do joelho, diariamente, uns 10 minutos à noite. Vou tentar faze-lo o melhor possível e esperar pelos resultados.

Acho que a medicina chinesa é mais uma alternativa prá aqueles que buscam uma vida mais natural, equilibrada com o todo e com menos pílulas tradicionais tão cheias de efeitos colaterais.



Prá saber mais: http://pt.wikipedia.org/wiki/Acupuntura

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