domingo, 17 de outubro de 2010

Entre...Linhas

Crochê... linhas... pontos...
Vem e vai, segura e solta
Se alinha e se aninha
A trama cresce, a mente voa...





A forma se forma, e a mente se espreita
As cores se coram, e a mente viaja
A paciência tece vagarosamente
Vence caminhos quase que infinitos
Mas a mente pula, corre, saltita inquieta

Eis que de repente, sem muito esperar
A peça aparece





Cria vida, ocupa um canto
Linda, única, pessoal.



E a mente...
Bem,
essa criou, imaginou, retou, desmanchou,
entediou,
mas a única coisa que não conseguiu,
mesmo com toda essa meditação-terapeutica-crochetiana,
foi se calar.

Mas um dia o crochê consegue essa façanha!


7 comentários:

  1. Minha amigaaaa querida, so quem tece a linha, a lã,
    o fio sabe o deleite de se delinear uma trama, uma teia,
    trançada em meio aos nossos loucos devaneios criativos.
    Nem sabemos direito explicar essa onda de inventividade
    que nos invade e nos chama ao singelo ato de criação...
    Em minha meninice em meio às bonecas, lá pelos meus cinco,
    seis anos de idade fui apresentada às agulhas pela minha vó
    que dizia estar me treinando para ser avó, e desde então
    elas são aliadas constantes. Lembro com saudade da alegria
    que tomava conta de mim quando meu pai chegava de viagem
    com linha, lãs e agulhas, eu bem pequena corria com meu presente, saltitante e me via numa total entraga: para mim aquilo era mais que
    um brinquedo, uma brincadeira, selava um pacto de bom convívio comigo mesma, tão ensimesmada e ávida por ver o que surgiria das
    minhas mãos.

    Parabéns, Quelinha... pela beleza dos trabalhos. Sabemos que há décadas comungamos do mesmo amor ao artesanato, ao fazer não apenas com as mãos, mas com a alma... Bjo querida... Eu desde sempre me sinto uma uma vovó...

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  2. Muito criativa como sempre Queila!
    Estava sentindo falta dos seus posts pra me alegrar e pensar!
    Beijos

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  3. SEus trabalhos são lindos Queila!
    Deve ser uma verdadeira terapia tricotar tão bem!
    Beijos

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  4. Constante e lenta elaboração, no diminuir e aumentar os pontos de uma trama, no fazer e desfazer das malhas. Transformação incessante e permanente, pela qual as coisas se criam e se dissolvem em outras coisas, algo que não é, mas se torna, que existe em constante alteração. Um se perder e se reencontrar, nascimento contínuo, que conduz a arte através da noite, mais longe que o visível ou o previsível, experiência muda de um sentido mudo.
    Bj.
    Baísa

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  5. Adorei Marisa! não sabia que era também poetisa.
    Obrigada por deixar sua marca aqui no meu cantinho, e de um modo tão lindo! bjs

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  6. Marisa, obrigada pela visita.
    Lindas inspiraçoes.

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  7. lindo Queila, adorei as tramas de linhas e palavras

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